“A Viagem 75. O sucesso que atravessou gerações"
“A Viagem”, novela exibida pela Globo em 1994, é um incontestável sucesso. Este texto, porém, se propõe a tratar sobre a novela homônima, exibida em 1975, e que serviu de base para aquela que teve em Antônio Fagundes e Christiane Torloni seus protagonistas. A obra original, dos Anos 1970, teve a mesma repercussão que a sua releitura.
A intenção nesse novo dossiê é agrupar a maior quantidade de informações sobre a concepção da história, suas críticas e bastidores, num artigo definitivo. Reunir material de época não foi fácil. Mesmo tendo a tecnologia a favor, foi necessário revirar os maiores acervos jornalísticos e revistas da época. Além destas fontes primárias, este texto lançou mão do livro “Ivani Ribeiro: A Dama das emoções”, escrito por Carolline Rodrigues, e da literatura produzida pela Coleção Aplauso, sobre a trajetória biográfica dos atores Eva Wilma e Tony Ramos.
A ideia de “A Viagem” surgiu após Ivani haver lido os livros “Nosso Lar” e “A Vida Continua”, psicografados pelo médium Chico Xavier, com autoria atribuída ao espírito André Luiz. Sobre a escolha do tema, a novelista afirma: “A novela aborda o tema do após a morte dentro da filosofia espiritualista. A ideia da morte é sempre uma coisa desagradável que martiriza o ser humano. A gente morre e daí? O materialismo ortodoxo responde: nada. Morreu, acabou. Ou então sugerem visões de céu, purgatório e inferno. Segundo a filosofia espiritualista existe uma outra vida tranquila e reconfortadora.” (Amiga, nº270 – 23/7/75).
Frente ao ineditismo do tema, restava esperar como o público iria reagir àquela obra, carro-chefe da programação da Tupi naquele ano. De maneira geral, as críticas foram favoráveis à novela. Helena Silveira, em sua coluna na Folha de São Paulo (01/10/75), escreveu sobre a estreia da trama: “Agora o sobrenatural levará o telespectador pela mão, posto que “A Viagem” é aquela que se faz para além das dimensões da carne. Diz o release da Tupi, que “A Viagem” contou com a colaboração do psiquiatra Paulo Gaudêncio e do neurologista Dr. Jorge. A intenção da autora consiste em que nada seja colocado na situação novelística sem que seja uma verdade profunda. Nisto a novelista está certa, em televisão, mais ainda do que na literatura, há de ter apoio no real, mesmo quando as coisas possam parecer mais irreais, que será, por certo, o caso dessa “viagem” feita para além de nossa transitoriedade”.
Com efeito, para dar maior veracidade ao tema, Ribeiro pediu a orientação de Herculano Pires, diretor do Departamento Doutrinário do Grupo Espirita Cairbar Schutel, em São Paulo e professor de Filosofia na USP. A intenção da autora era de que o tema fosse mostrado dentro de uma realidade próxima àquela existente na doutrina espírita:
- Meu sentido é dar uma contribuição doutrinária sem me envolver no enredo, (sem que pareça uma) criação exclusiva de Ivani Ribeiro. É a primeira vez que oriento um trabalho desta natureza, e me alegro em ver a verdadeira concepção doutrinária da vida espiritual tão bem retratada na televisão – disse ele. Sobre a sua supervisão técnica, o professor Herculano Pires afirmou na mesma entrevista: “(Ivani) escreve os capítulos e, posteriormente, fazemos uma pequena reunião e eu vou dando as orientações necessárias.” (Amiga nº296 – 21/01/76). Pires visava dar maior veracidade aos diálogos escritos, a fim de não passar para o público espectador mensagens que não seriam compatíveis com a verdade espírita.
Como a história aborda dois momentos de seus personagens – num momento todos estão vivos e, noutro, no Além-Morte – a escritora optou por tratar o tema explorando todas as dimensões da crença, inclusive tratando acerca da comunicação entre os vivos e os mortos por meio da mediunidade. Ivani também pretendia mostrar a visão católica acerca da doutrina espiritualista:
"A doutrina católica será igualmente apresentada de maneira positiva, através de personagens sinceros e íntegros. Abordaremos também outros problemas do cotidiano da classe média, que gasta mais do que pode, além do problema existencial que há no relacionamento entre uma mulher mais velha que o marido.” (Amiga nº270 – 23/7/75).
A relação a qual refere-se Ivani é aquela vivida pela protagonista, Diná (Eva Wilma), uma mulher de 40 anos, que é dona de uma boutique, e casada com Téo (Tony Ramos), um advogado mais jovem que ela. As crises de ciúme de Diná acabaram influenciando na separação do casal. Diná é irmã de Estela (Irene Ravache), Alexandre (Ewerton de Castro) e Raul (Adriano Reys). A insegurança da personagem e seus conflitos seduziram sua intérprete, Eva Wilma:
- A todo novo trabalho, procuro me agarrar com unhas e dentes. E, apesar do curto espaço de tempo, já me sinto apaixonada por Diná Veloso, uma mulher de 40 anos que encarna o desamor. A novela mostra sem disfarces, o que é uma pessoa marcada pela falta de carinho. Outro problema crucial dela é a diferença de idade entre ela e o marido Téo. Ela não esconde sua necessidade de dominar todas as pessoas, principalmente o marido (O Globo, 21/10/75).
O tema do divórcio não era restrito à personagem. A atriz também estava se separando do seu então esposo, o ator John Herbert. Curiosamente, durante as gravações de “A Viagem”, Eva Wilma começou a relacionar-se com o ator e diretor da Rede Tupi, Carlos Zara, numa situação muito semelhante àquela vivida por sua personagem, que ao separar-se iniciou um novo relacionamento, com o criminalista César (Altair Lima). É o que afirma a atriz em sua biografia:
"Iniciando a vida de descasada, recebi novo convite de Ivani Ribeiro: a personagem Diná (...). (Na novela) Fiz parceria com Tony Ramos e nós dois nos divertíamos muito nas cenas de amor. Nas mais ardentes, Tony brincava que, em nossos abraços na cama, eu tinha me deitado em cima da mão dele, ou eu fingia que ele ajoelhara no meu pé. Assim driblávamos o constrangimento.”
Tony Ramos, por sua vez, retribuiu os elogios à eterna Vivinha: “Eva Wilma contribuiu com novos estilos de representação na TV. É uma atriz consciente daquilo que quer e daquilo que faz, e participa do trabalho em termos de coletividade. (Eva passa) as emoções da sua personagem com um simples olhar”. (Jornal do Brasil, 29/11/75). Ainda sobre o papel que interpretava, o ator afirmou ao Jornal O Fluminense em 25/2/76: “Acho muito legal fazer o Téo. Tive que elaborar muito a personagem. E olha que eu não sou de ficar trabalhando excessivamente em termos psicológicos. Téo, no entanto, é uma exceção. O tipo dele me agrada”.
Tal como Diná encontrou um novo par, Téo envolveu-se com Lisa (Elaine Cristina), que foi namorada de Alexandre, seu cunhado. Criminoso, o filho de Dona Isaura (Carmen Silva) foi entregue às autoridades por Téo e por Raul (Adriano Reys). Procurado pela família Veloso a fim de defende-lo, César, um renomado advogado criminalista, negou-se a faze-lo e Alexandre acabou condenado. Transtornado por sua detenção, o irmão de Estela acabou provocando suicídio e prometeu vingar-se daqueles que não o ajudaram. Ao falecimento do personagem, a história ganha um novo cenário: O do plano espiritual.
A vingança de Alexandre foi explicada da seguinte maneira pelo professor Herculano Pires: “Ele jurou que, vivo ou morto se vingaria. E voltou para cumprir a sua palavra. Essas influências são possíveis, pois o espirito, ao fazer a sua viagem, leva consigo todas as características que teve na vida. Afinal, ele acompanha toda a evolução biológica do corpo”. (Correio Braziliense, 14/01/76).
Para as gravações das cenas do julgamento do personagem, exibidas nos capítulos 23, 24 e 25, o Plenário do Fórum Criminal de São Paulo abriu suas portas, possibilitando ao público o entendimento de como se processam os trabalhos do júri. Para dar maior veracidade a essas cenas a produção da trama teve o auxílio de advogados, juízes e promotores.
Sobre o personagem que interpretou, Ewerton de Castro comentou em sua biografia: “Precisava entender como atua um espirito de alguém que se matou e tem tanto ódio em seu coração, que só se preocupa em fazer mal aos outros”. Ainda sobre o personagem, o ator argumentou ao Diário do Paraná, em 30/10/75: “A televisão costuma rotular os seus atores. Tive, no entanto, a felicidade de me confiarem na novela “A Viagem” um papel totalmente oposto aos que já havia realizado. Essa mudança de personalidade de um trabalho para outro possibilita ao ator um salto de qualidade, qualitativo no seu interminável aprendizado”.
Por tratar-se de uma novela que aborda a temática espírita, não apenas Alexandre falece. O casal protagonista também. Enquanto Alexandre sofre todas as séries de tormentos no Vale dos Suicidas, o casal principal reencontrou-se no Nosso Lar, colônia onde os espíritos superiores dão assistência permanente às pessoas desencarnadas. Naquele local, Diná e César foram recebidos pelo irmão Daniel (Claudio Correa e Castro). Daniel, bem como César e Diná, tentariam ajudar a família a sofrer menos os efeitos da obsessão de Alexandre.
Sobre a morte dos três personagens principais do folhetim, Ivani explicou: “(Minha intenção é) mostrar que do outro lado também existe vida, amor, paixão, é claro que sem as ambições do mundo terreno. Pra mostrar que o amor é mais forte que a morte, vou fazer com que Diná e Cesar se encontrem do lado de lá – que é o plano que a religião católica chama de purgatório – para curtirem seu amor”.
Sensível ao retratar a partida de César, a novelista não quis mostrar imagens que pudessem chocar ou angustiar demais o público: “Quando todos esperavam que César fosse amargar numa cama a doença terrível de que sofria (câncer), matei-o de um acidente que não poderia ferir as famílias que tem doentes com aquela moléstia. Diná também não morre da operação que fez, depois do exame de cinecoronariografia (fotografia do coração através da coronária), mas de choque anestésico. Isso também ao respeito ao grande público que precisa fazer este exame ou a operação no coração. A operação não a mataria” (Revista Amiga, s/d).
Esta fase de “A Viagem”, em que Diná estaria no Plano Espiritual, preocupou a atriz Eva Wilma. À Revista Amiga ela disse temer que a novela pudesse estimular uma espécie de suicídio coletivo no público: “Estou encontrando, também dificuldade com as pessoas que tem ânsia de mostrar o “lado de lá”, transmitindo somente tranquilidade. Se houver apenas a parte boa, a tranquilidade, acho perigoso porque pode ocorrer um suicídio coletivo. Por isso estou tentando realizar meu trabalho nessa segunda fase de maneira que possa ser encarado do ponto de vista filosófico, científico e religioso. Quem não aceita a doutrina assim pode analisar “A Viagem” por estes três pontos de vista”. E completou:
- Como Eva Wilma, criada dentro da religião católica apostólica, acho que existem pontos conflitantes entre as duas doutrinas e deve haver muita gente se confundindo. Tenho a impressão de que num futuro próximo haverá um ecumenismo e esses conflitos serão todos resolvidos.
Os altos índices de audiência foram comprovados num gráfico publicado no Estado de São Paulo em 14/3/76, onde “A Viagem” figurava em primeiro lugar entre os dez programas mais assistidos da Rede Tupi naquela cidade, além de promover um aumento na procura sobre a doutrina espírita. Para a escrita desta reportagem, encontramos relatos de que em alguns bairros da capital paulista, padres católicos tinham restrições à trama e desestimulavam os fiéis a acompanhar a trama. No interior daquele Estado o conflito se tornava ainda mais intenso. Em contrapartida, os adeptos do espiritismo estavam exultantes com a abordagem do tema dentro do gênero telenovela.
Vale ressaltar que a coluna do Arthur da Távola do jornal O Globo, esporadicamente elogiava a trama da emissora concorrente, um fato até inédito, se considerarmos que o periódico carioca se reservava em falar apenas das produções da TV Globo. Segue abaixo algumas considerações feitas por ele publicadas entre janeiro e fevereiro de 1976.
Bem distante de toda polêmica, Ivani Ribeiro comentou sobre a repercussão de sua obra: “Quando escrevi, não tive nenhum objetivo que não fosse retratar, com honestidade um tema de fundo religioso, uma realidade que existe aqui, em 1976, e que é o cotidiano da classe média brasileira. E foi que eu fiz, levar essa realidade para o meu argumento e retratar - lá com a máxima fidelidade possível”.(Folha de São Paulo, 19/2/76).
O esforço da autora foi recompensado. A Associação Paulista de Críticos de Arte agraciou com premiação de Melhor Ator, o artista Rolando Boldrin, intérprete de Dr. Alberto, bem como as atrizes Eva Wilma e Irene Ravache, que dividiram com Susana Vieira o prêmio de Melhor Atriz. Susana, contudo, foi premiada por seu papel em “Escalada”, novela da TV Globo.
O grande sucesso da novela foi comentado pelo Diário do Paraná, em 04/10/75, endossando a popularidade do folhetim junto ao público e da receptividade deles para com os atores: “Ivani escreve histórias que podem acontecer a qualquer um, espelhos da vida real, daí a identificação que o telespectador encontra em suas novelas. Ela é uma autora que sempre está cercada, quando necessário, de recursos especializados. Com relação aos atores, todos acham trabalhar num texto de Ivani Ribeiro, de grande importância. Durante a escalação do elenco todos brigam. Eles a consideram a única “autora de ator”. Segundo eles, é uma grande arquiteta de personagens. Todos têm sua importância na trama desenvolvida”. E não foi apenas o jornal paranaense a elogiar o trabalho de Ribeiro. Helena Silveira, da Folha de São Paulo, argumentou em 11/10/75, em sua crítica: “A Viagem está aí, uma novela que vai se desenvolvendo muito bem. Realmente como se diz, Ivani Ribeiro é uma autora de personagens. Seu forte é burilar suas criaturas”.
Todo reconhecimento obviamente teve um preço. A Tupi encontrou problemas junto à Censura. Em documentos localizados pelo pesquisador Vítor Antunes, junto ao Centro de Diversões Públicas da Censura Federal, Rogério Nunes, o censor enviou um memorando à direção da TV 03/12/75, onde reclamava o fato de a Pioneira haver exibido o capítulo 48, de 27/11/75, sem ter o script e o tape enviados para a apreciação daquele Departamento. Nunes destacou que a repetição do ato poderia impingir na suspensão da exibição do programa.
Numa entrevista cedida ao programa Vídeo Show em 1994, os atores Ewerton de Castro, Altair Lima e Carlos Zara comentaram sobre esses reveses na produção. Ewerton de Castro, por exemplo, rememora: “Na época, o local onde gravávamos as cenas do Umbral, (...) aconteciam coisas estranhas no estúdio, como caírem refletores, por exemplo. (Aconteciam) coisas inexplicáveis que até hoje eu nem quero saber o porquê”.
Altair Lima, por outro lado, comentou acerca da comparação entre César Jordão, seu personagem na trama de 1975, com o Otávio Jordão, papel defendido por Antônio Fagundes no remake: “A rigor o personagem é o mesmo, muda apenas a forma de ele ser apresentado. Evidentemente, hoje, com a produção da Globo, há toda uma sofisticação que nós não tínhamos na época, mas a essência do personagem é a mesma”. Carlos Zara, diretor do núcleo de telenovelas da Tupi na época da trama, complementou:
- Dirigir uma novela na Tupi era uma coisa muito gostosa, muito boa, por que nós trabalhávamos na base do artesanato. Os recursos eram limitados, mas o poder humano, o valor humano, a vontade do ser humano, dos atores, das atrizes, dos técnicos de fazer um bom trabalho era muito grande.
Ainda na Tupi, a novela foi reprisada entre março e julho de 1980, substituindo a novela inédita “Como Salvar Meu Casamento”, obra que saiu do ar, em face da iminente falência da emissora dos Diários Associados. Nesta reprise foi produzida uma nova abertura, com imagens surrealistas do artista plástico alemão Paul Wunderlich e com outro tema musical, que não consta nos LPs lançados comercialmente, um mix de duas musicas da banda The Alan Parsons Project.
Após a falência da emissora, o seu acervo audiovisual ficou sob responsabilidade do Conselho Gestor do Fundo de Defesa dos Direitos Difusos coordenado pelo Ministério da Justiça. Infelizmente o diretório de acesso aos vídeos se encontra fora do ar por falta de políticas públicas que atendam de maneira eficaz a pauta do audiovisual e a memória da TV. O acervo da Tupi foi gravado em películas de nitrato de celulose, que são altamente inflamáveis.
Apesar de todos os esforços, anônimos conseguiram “upar” alguns desses materiais anteriormente hospedados na Cinemateca e hospedá-los no YouTube. Nesta plataforma, inclusive, o canal André Mattos (link do canal no final da postagem), posta recorrentemente cenas da novela, em especial, cenas ambientadas no Nosso Lar, bem como o reencontro de Diná e Cesar e a chegada de Alexandre ao Umbral. Alguns destes registros eram considerados como inacessíveis, e hoje estão à disposição do grande público. Material importante, inclusive, àqueles que querem comparar as duas versões da novela.
Outros vestígios sobre a produção da Pioneira foram encontrados nos arquivos do Departamento de Censura e Diversões Públicas do Arquivo Nacional. Documentos e fichas da Tupi e suas afiliadas relativas à novela, bem como notas da exibição do folhetim, e foram localizados pelo pesquisador, escritor e jornalista Vitor Antunes. Nomes dos funcionários que manusearam as fitas, a minutagem dos capítulos e fichamentos de catálogo da antiga emissora estão aqui disponibilizados.
O sucesso de “A Viagem” ultrapassa o limite de ser apenas uma história de amor maniqueísta como tantas outras, com personagens em busca de sua felicidade. A novela conseguiu ir além e lançou mão da filosofia kardecista não só como uma ferramenta de aproximar o público, ao propor uma linha de interpretação para o pós-morte, mas por envolver os espectadores, fazendo com que eles reconhecessem nos personagens, pessoas que poderiam ser seus vizinhos, amigos ou parentes. O remake da novela, exibida em 1994, é um clássico da teledramaturgia, considerada por muitos como aquela que melhor abordou o tema do espiritismo. A mensagem de paz e amor transmitida pela novela acalenta o coração de quem acompanha os dilemas pessoais que regem tanto os protagonistas, quanto seus coadjuvantes. Às vésperas da estreia do remake, Ivani Ribeiro foi perguntada acerca da morte. E disse: “A morte é uma viagem maravilhosa. Não tenho motivos para temê-la. Ao contrário”. Ao ser questionada no que era mais importante em sua trama, se era mostrar a luta do bem contra o mal ou o tema da vida após a morte afirmou: “O tema da vida após a morte. Estamos vivendo em um mundo muito violento. Abordar um tema como este traz paz a quem assiste à novela. Eu acho esse tema muito importante”.
E a autora o fez de forma simples, contundente e não doutrinadora. A novela é cultuada por muitos espectadores. Somente na TV Globo o folhetim foi exibido em duas ocasiões – entre Abril e Setembro de 1997 e, novamente, entre fevereiro e julho de 2006, dentro da faixa Vale a Pena Ver de Novo.
Entre dezembro de 2020 e julho de 2021 a novela ganhou uma segunda exibição no Canal Viva. O canal pertencente ao Grupo Globo já havia exibido a obra entre julho de 2014 e janeiro de 2015, e agora atinge a mesma repercussão vista anteriormente, agora com público renovado, graças às redes sociais.
(NE): Encerro este dossiê anexando uma carta de Eva Wilma endereçada à Helena Silveira para Folha de São Paulo em 31/12/75, onde a atriz disserta sobre sua atuação na novela. Foi durante as minhas pesquisas que Eva fez a sua "viagem" no dia 15 de maio deste ano, deixando como legado uma grande e importante contribuição nas artes cênicas do nosso país. Fica aqui a minha homenagem.
Link do canal André Mattos com cenas da novela "A Viagem" da Tupi em 1975
aqui.
Fontes de pesquisa:
Livros:
Ivani Ribeiro: A dama das emoções.
Carolline Rodrigues.
Novo Século (2018).
Eva Wilma: Arte e Vida.
Edla Van Steen
Coleção Aplauso, Imprensa Oficial (2006).
Tony Ramos: No Tempo da Delicadeza.
Tânia Carvalho
Coleção Aplauso, Imprensa Oficial (2006).
Sites:
acervo.folha.com.br
acervo.oglobo.globo.com
memoria.bn.br
revistaamiga-novelas.blogspot.com
memoriaglobo.com.br
youtube.com (canal André Mattos, Carlos Geovanne)
teledramaturgia.com.br
Imagens:
memoriaglobo.com.br
acervo.folha.com.br
memoriabn.br
acervo.oglobo.globo.com
youtube.com
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Comentando com meu email institucional apenas para agradecer o excelente texto. Amo essa novela, em 1975 eu não tinha nem nascido é muito bom ter a oportunidade de conhecer mais sobre a primeira versão da novela. Obrigada 😊😊
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