Betty Faria 80 Anos em 8 Atos
Ato 3: "Pecado Capital"
1974 havia sido um ano glorioso para Betty Faria. A atriz protagonizou o filme “A Estrela Sobe”, de Bruno Barreto, além de haver recebido o prêmio de cinema, o Air France de Melhor Atriz. Ainda naquele ano atuou como Lazinha Chave-de-Cadeia, personagem popular e importante da novela “O Espigão” de Dias Gomes. Além disso, descobriu-se grávida de seu segundo filho, João, fruto do seu relacionamento com o ator, diretor e produtor Daniel Filho. Ao que tudo indicava o próximo ano seria tão fabuloso quanto o que se encerrava. E foi.
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1974 deslumbrante para nossa homenageada. No cinema com "A Estrela Sobe", na TV como a Lazinha de "O Espigão" e o nascimento do seu filho João do relacionamento com o diretor Daniel Filho. |
Betty havia sido escalada para ser protagonista da atração das oito que substituiria “Escalada”, produto que celebraria os 10 anos da Rede Globo e que seria a primeira novela totalmente em cores no horário: “A saga de Roque Santeiro e a incrível história da viúva que foi sem ter sido” ou, simplesmente, “Roque Santeiro”.
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Frames das aberturas de "Escalada" e "Roque Santeiro" a versão censurada.
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Sobre a personagem que interpretaria, Betty afirmou: “Eu era a Viúva Porcina, aquela que foi sem nunca ter sido. As gravações foram duras, minha filha – a atriz Alexandra Marzo – tinha seis anos, meu filho era ainda um bebê, eu precisaria me deslocar para Guaratiba – bairro que fica a 70Km do Centro do Rio – local onde foi montada a primeira cidade cenográfica, e sentia a maior tristeza de deixa-los em casa.” (Betty Faria Rebelde por Natureza, Tânia Carvalho).
O presente seria a primeira produção de Dias Gomes a ocupar o horário nobre dedicado às novelas – aquele que consagrou Janete Clair como “Maga das Oito”. No entanto, em 1975 a direção da TV Globo não se encontrava mais satisfeita com as tramas da autora, devido a crítica especializada taxá-las como “melodramáticas demais, alienantes, sem ter algum vínculo com a realidade da sociedade brasileira daquele período.”.
O sucesso avassalador de “Selva de Pedra” havia acontecido há apenas dois anos. Porém, Janete Clair, nesse curto espaço de tempo, deixou de ser a novelista imbatível de seus primeiros tempos na emissora. “Escalada”, escrita pelo Lauro César Muniz, fez sucesso de público e de critica com sua história de cunho político, o que abriu terreno para que Dias Gomes pudesse estrear uma obra sua, com seu estilo mais crítico.
O diretor Daniel Filho em depoimento ao livro “Nossa Senhora das Oito: Janete Clair e a evoulção da telenovela no Brasil de Mauro Ferreira e Cleodon Coelho”, complementou a estratégia da emissora para renovar o estilo de novelas exibidas no horário: “As novelas das dez eram tão mais reais e tão verdadeiras que eu e o Boni queríamos subir o nível do horário das oito. Escalada fez um enorme sucesso e nos levou à certeza de que a novela das oito tinha tomado outro rumo e que não poderia ser escrita pela Janete Clair. A gente achava que ela estava melodramática, melosa demais, e que o ideal é que o seu estilo fosse usado no horário das sete.”
A verdade é que a crítica da época não enxergava as doses de realismo que Janete propunha às obras. Ou, se enxergavam, preteriam-nas, e enfatizavam apenas no estilo narrativo da autora.
As novelas “Selva de Pedra”, “O Semideus” e principalmente “Fogo sobre Terra”, foram produzidas entre 1972 e 1974, momento em que o País vivia a fase do Milagre Econômico, com crescimento no PIB e queda dos índices de inflação. Obras faraônicas, como Usina Hidrelétrica de Itaipu, estavam em ascensão. Porém, o crescimento econômico não atingiu todas as camadas da população. As classes mais ricas aumentaram seus proventos, assim como as mais pobres ficaram ainda mais empobrecidas. Impulsionados pelo pensamento ufanista do “Brasil grande, um Brasil potência”, evidenciados com a conquista do tricampeonato da Seleção na Copa do Mundo do México em 1970, os lemas nacionalistas passaram a estar mais presentes no cotidiano do brasileiro. Frases de efeito como “Brasil, ame-o ou deixe-o”, além das canções “Pra Frente Brasil” e “Eu te amo meu Brasil”, compostas e interpretadas pela dupla Don e Ravel, também eram usadas como forma a reiterar o – suposto – nacionalismo de então.
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"O Semideus" e "Fogo sobre Terra", duas novelas de Janete Clair exibidas no momento do "Milagre Brasileiro": Construção da Usina de Itaipu, O tri da Seleção e Don e Ravel. Ser patriota e ufanista era moda até a primeira metade da década de 70.
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Em contrapartida, a crise do petróleo fez com que as taxas de inflação acelerassem em todo mundo, o que acabou trazendo reflexos ao Brasil, que sofreu grandes perdas no mercado externo devido à diminuição das importações e os déficits relativos à diminuição da importação do Petróleo, fato que acabou elevando os índices de inflação em mais de 50%.
Com a frequente censura ao texto de “Fogo sobre Terra”, trama que abordava de forma crítica o conceito de progresso exaltado pelo Governo de então, a autora teve mudar a trajetória narrativa e apostar no melodrama para levar a novela até o fim. Afinal, os censores criam que Janete estivesse maldizendo a construção da Usina de Itaipu. Por conta destes problemas, Janete acabou remanejada para o horário das sete, tido como um horário de menor prestigio, pela crítica da época. Por esta realocação, a autora também sentiu-se desprivilegiada, ao passo que seu marido era “promovido” ao horário que a novelista foi consagrada. Fato este que deixou a roteirista muito aborrecida.
É o que afirma a autora à Revista Amiga de 21/5/75: “Tive que me adaptar a um novo esquema. Há um novo publico a alcançar. Acho que partir para um tema musical vai agradar aos jovens e será bem diferente. Não gosto de abordar temas de namoro. A tônica de meu trabalho é a paixão. Meus personagens vivem intensamente seus conflitos. Bravo! É impregnada de um realismo romântico.”. Ainda ao periódico da Bloch, Janete pondera: “Não gosto de escrever para as 19 horas. Sou obrigada a sair completamente da minha linha. As novelas deste horário não se definem. Nem são infantis nem podem ser de maior peso para os adultos. “Bravo!”, se fosse às 20 horas, renderia muito mais. Nesse horário, estive me autocensurando e não há nada pior do que a autocensura. Não culpo ninguém por esse problema.”.
Enquanto a autora sofria para desenvolver sua novela num horário que não dominava, Dias Gomes seguia com seu trabalho em “Roque Santeiro”. Daniel Filho, que estava apenas como diretor artístico da Globo ,voltou à função de diretor de novelas. Já quanto à protagonista, Betty Faria parecia empolgada: “O trabalho é primoroso em todos os detalhes. Além da produção esmerada, há uma preocupação enorme do Daniel com a preparação dos personagens, todos nos preparamos de forma caprichosa. Para mim, um exercício maravilhoso de interpretação, encontrar o tom certo da Porcina. Era muito interessante também o jogo em cena com Lima Duarte, estimulante, divertido e de grande aprendizado.”. Ainda sobre a experiência de estar vivendo Porcina, Betty afirmou à Revista Romântica (ed. 205, 1976): sobre o convite de viver a Porcina: “O Dias Gomes me telefonou dizendo que gostava muito de repetir ator e, como eu tinha dado muito certo com ele, tinha escrito uma novela chamada Roque Santeiro e tinha um personagem, uma coisa de mulher brasileira, meia pantera, ignorante e que achava que eu podia fazer muito bem, Era a viúva do Roque Santeiro...”.
Com as chamadas no ar, a expectativa da estreia de “Roque Santeiro” era grande. Porém, na noite da estreia, a Censura Federal proibiu a exibição da novela em todo território nacional. Os censores identificaram tratar-se de uma adaptação do texto teatral “O Berço do Herói”, obra vetada por conter “ofensa à moral, à ordem pública e aos bons costumes, bem como achincalhe a Igreja.”. “Roque Santeiro estava com 30 capítulos gravados e 10 inteiramente prontos e era alucinante de tão bem feita, um trabalho primoroso. No dia da sua estreia, foi censurada. Estávamos em casa, aguardando o primeiro capítulo quando a censura foi anunciada pelo Cid Moreira no Jornal Nacional.”- (Depoimento da atriz no sua biografia: Betty Faria, Rebelde por Natureza).
Proibida a novela inédita, a solução foi reexibir “Selva de Pedra” naquele horário até que uma nova sinopse fosse aprovada. A toque de caixa, a inventiva Janete apresentou uma história inédita intitulada "O Medo" que posteriormente foi batizada de “Pecado Capital”. Ainda rapidamente, a novela teve de ser produzida, a fim de aplacar os prejuízos financeiros oriundos do cancelamento de “Roque Santeiro”. Como não havia grande tempo hábil para a realização da novela nova, todo o elenco escalado para novela censurada foi aproveitado na nova produção – Esta aliás, uma iniciativa de Janete, para evitar que os atores contratados para o folhetim proibido ficassem desempregados.
Daniel Filho, o diretor, conferiu à nova novela um olhar mais realista. É o que ele afirma ao livro “Nossa Senhora das Oito”: “Quis dar um tom coloquial brasileiro, carioca. Fui passando para Pecado Capital toda brasilidade que eu tinha captado para Roque Santeiro. Injetei malandragem no script para mudar o comportamento da novela.”.
Por conta disto, os personagens andavam de trem. Muitas das externas passaram a ser gravadas no bairro do Méier – local onde residiam os protagonistas. A intenção era inovar e assim foi feito.
Aproveitando-se do veto de Roque Santeiro, Betty Faria pensou se afastar da TV. À Revista Romântica, de 1976, a atriz afirmou: “A novela foi censurada, foi proibida, estava todo mundo no mesmo barco, eu não estava muito a fim de continuar, mas estava envolvida, sabe, com Daniel, ele chateado sem saber o que fazer, íamos fazer uma novela de Janete, eu li, achei que o papel estava com nada, não gostei, não queria mais ser atriz. Até que um dia eu levantei e disse: eu vou à reunião e vou fazer isso sim, sabe? As coisas acontecem assim, é engraçado, não é não sei, mas só agora é que fiz sucesso mesmo na televisão.”.
Afortunadamente Betty mudou de ideia com relação ao personagem Lucinha, de Pecado Capital, pois que a protagonista da novela de Janete tornou-se um grande marco na sua carreira. Isto dito pela própria atriz: “Meu personagem, a Lucinha, virou um marco. Foi o meu primeiro grande sucesso como protagonista e jamais vou me esquecer dela. Encontrar aquela moça do subúrbio, que trabalhava em uma fábrica, namorava o Carlão, um motorista de taxi ciumento não foi simples e exigiu muito trabalho. Ao contrário de Roque Santeiro, a busca era de um tom verdadeiro, realista. Como sempre gostei, fiz laboratório, fui conhecer os lugares que a Lucinha frequentaria, andei de trem, visitei a fabrica e participei da produção. Foi muito importante para todo o elenco gravar no subúrbio, sentir a vida, o trabalho, enfim, o cotidiano dos personagens.” (Betty Faria em sua biografia).
Não tardou para que a trama do taxista que encontra uma maleta de dinheiro, avinda de um assalto, e esquecida no banco do seu carro, fizesse sucesso. Já nas primeiras semanas da novela os índices bateram a casa dos 70 pontos de audiência.
O dilema moral ao qual flagrou-se o personagem deixou-o num impasse: Deveria ele devolver esse dinheiro para as autoridades ou usá-lo para seu próprio benefício, já que sua namorada estava envolvida com um viúvo milionário?
Artur da Távola, colunista do jornal O Globo, deixou suas impressões acerca da novela e sobre sua autora, em matéria de 30 de novembro de 1975: “Pode parecer uma coisa irrelevante, mas um dos pontos que mais me entusiasmaram em “Pecado Capital” é o fato de ela trazer de volta à televisão a ambiência carioca, ausente desde “Bandeira 2”. “Pecado Capital” pode dar a oportunidade de uma intensa e profunda analise de comportamentos, reações, atitudes, problemas e maneiras de ser típicas do Rio. Os elementos básicos lá estão: as duas irmãs do subúrbio, uma delas subitamente virando modelo de publicidade ou de cinema; o chofer de táxi e seu mundo; o machismo da relação- homem – mulher.”.
Sobre a atuação de Betty Faria, ponderou: “(A atriz) precisa segurar uma coisa. Sabe o que? Está talentosa demais, esbanjando espontaneidade, graça, soluções cênicas súbitas, instintivas e simpatiquérrimas. Ué, estará o cronista reclamando de um acerto? É isso mesmo. Segure um pouco o personagem e vai realizar um papel sensacional, em outras palavras tão comunicativo como profundo.”.
Próximo da finalização da novela, Távola, como de praxe, deu sua análise sobre a obra: “Particularmente na primeira metade da obra a direção conseguiu um ritmo e uma intensidade verdadeiramente primorosos, alardeando, até, um capricho em certas cenas. Daniel Filho voltou bem, maduro, definido. E onde a obra permitiu coerência interna dos personagens (esta foi à novela de Janete em que isso se deu mais do que em qualquer outra anterior), a direção soube expressar, colorir e aprofundar. O tratamento da mulher na novela foi outro acerto. Não mais “divas sofredoras”, “mater dolorosas” ou “heroínas langorosas”. As mulheres da novela queriam ser, trabalhavam para viver, todas buscavam uma dimensão existencial. E estabelecida à relação Lucinha – Salviano, por primeira vez em todas as suas novelas, Janete Clair fez um personagem evoluir: Lucinha” (O Globo, 2/6/1976).
Desta maneira, Pecado Capital tornou-se um marco na televisão e dentro da teledramaturgia da Rede Globo, que passou a apostar cada vez mais em textos com grandes doses de realidade, fato que acabou por provocar grande identificação do público. Frente ao grande sucesso de “Pecado”, Janete não mais foi “rebaixada” de horário. Por seu grande sucesso, acabou ganhando de Carlos Drummond de Andrade o título de “Usineira de Sonhos”.
A jornalista e critica de TV Maria Helena Dutra em seu balanço final sobre a trama de Janete Clair em sua coluna no Jornal do Brasil de 5 de junho de 1976, disse: “Sem nada inovar, revolucionar ou transformar, a telenovela “Pecado Capital”, cujo último capítulo foi transmitido ontem às oito da noite pela Rede Globo de Televisão, registra para história da televisão brasileira uma perfeita lição de profissionalismo que merece todo respeito do público. Uma lição fornecida por todos os seus integrantes, principalmente por sua autora, Janete Clair, pelo diretor Daniel Filho e pela absoluta maioria dos interpretes de seus personagens. Em “Pecado Capital, ela (a autora) provou uma elogiosa consciência profissional ao tentar aprimorar e evoluir seu próprio estilo. Nesta sua ultima produção foi capaz de escrever uma honesta história romântica absolutamente limpa de recursos mirabolantes e extraterrenos.”
Sobre a atuação de Betty na trama ela destaca: “Betty Faria que viveu um personagem Lucinha, um pouco perfeita demais para as medidas humanas, e que ela aparou com sua descontração e senso comum seus excessos angelicais.”
Para Betty Faria, Lucinha lhe garantiu um sucesso jamais visto em sua carreira: “A Lucinha foi uma delícia, e eu já estava muito mergulhada no universo popular da mulher brasileira carioca. Eu já entrava naqueles trens, entrava nas fábricas, eu já estava totalmente à vontade. Um tipo brasileiro que realmente foi o meu primeiro grande sucesso como protagonista na TV Globo.” Disse a atriz em depoimento ao Memória Globo no webdoc da novela.
Ainda sobre Lucinha, a intérprete afirmou, agora à Revista Amiga: “A rotina é a competição. O ator em geral é muito competitivo. No entanto eu não tenho medo das pessoas fazerem sucesso, tanto ou mais que eu. O sucesso para mim é resultado de um trabalho. O que tenho a dizer de Pecado Capital é que foi um trabalho gratificante para mim, frisando ainda que continuo achando a Janete Clair uma das maiores (quem sabe a maior), novelista do Brasil. Foi um grande trabalho, tanto no setor técnico quanto no pessoal.”.
Pecado Capital, enquanto esteve no ar, permitiu à Globo respirar aliviada. Roque Santeiro, a novela proibida, só seria exibida dez anos mais tarde, já com sob os ventos das Diretas Já e com o afrouxamento do governo militar, este, que respirava por aparelhos.
Porém, curiosamente, a novela foi encerrada em meio a uma tragédia. Na tarde do dia 4 de junho de 1976, às 13 horas um incêndio atingiu as dependências da TV Globo, destruindo ilhas de edição, scripts, fitas com várias novelas como “Bandeira 2”, “Os Ossos do Barão”, “O Semideus”, “Cavalo de Aço”, bem como programas de entretenimento e telejornalismo.
Apesar do susto, a emissora manteve sua programação no ar, gerada pela TV Globo de São Paulo, que passou a ser a cabeça de rede e exibiu o último capítulo da trama de Janete Clair. As filmagens do incêndio e do esforço de profissionais da TV Globo e anônimos foram documentadas e exibidas no “Globo Repórter Emergência, mostrando a ajuda de desconhecidos, artistas e bombeiros para conter as chamas e salvar o que podia no meio dos destroços.
Durante o programa o repórter fez uma pergunta a uma transeunte:
“A senhora não ficou preocupada em perder o último capítulo de Pecado Capital?”
E a moça, prontamente, respondeu:
“Não. Eu tenho muita confiança na Globo!”
Eis aí uma prova da relação de amizade e credibilidade da emissora junto ao público. O padrão Globo, código não verbal estabelecido entre a TV e seus telespectadores, fez com que mesmo mediante a um incêndio, ele tivesse a certeza que a Globo estaria lá. E estava. E está.
Fontes de pesquisa:
Livros:
O Circo Eletrônico: Fazendo TV no Brasil.
Daniel Filho
Jorge Zahar Editor
Nossa Senhora das Oito: Janete Clair e a evolução da telenovela no Brasil.
Mauro Ferreira e Cleodon Coelho
Mauad
Betty Faria: Rebelde por Natureza
Tânia Carvalho
Imprensa Oficial.
Sites:
memoria.bn.br
acervo.oglobo.globo.com
memoriaglobo.com
blogrevistaamigaenovelas.blogspot.com
Videos:
Youtube.com
(incluindo os canais: Mofo TV, Arquivo1, Acervo Global, Canal Memória e Imprensa Nacional).
Imagens:
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Acervo O Globo
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