GLOBO, BRIZOLA E REDE MANCHETE: O CARNAVAL DE 1984.


Pela primeira vez na história os festejos de Momo foram cancelados devido a pandemia de Coronavírus. A fim de evitar aglomerações, os tradicionais desfiles de escolas de samba foram adiados por tempo indeterminado. Com isso resolvi explorar um caso que sempre despertou a minha curiosidade enquanto leitor e pesquisador. O fatídico carnaval que a Manchete venceu a Globo há exatos 37 anos. É claro que essa história se tornou lenda dentro do universo da TV, mas esmiuçando os fatos, acabei descobrindo que existia muita história por de trás da lenda que se criou em torno deste fato. 




Por isso que o Mofista trouxe um pequeno resumo de tudo que aconteceu, e temos aqui não apenas o registro histórico de todo evento em si, temos aqui uma briga entre Brizola e Rede Globo, a construção do Sambódromo e por fim a inclusão da TV Manchete no meio dessa guerra de cartas marcadas, onde quem blefava levava a pior. Pegue o confete e a serpentina e divirta-se!






Tudo se iniciou durante os primeiros resultados das eleições para governador do Rio de janeiro em 1982. O então candidato Moreira Franco (PDS) aparecia na liderança na contagem de votos pelo sistema Sepro (Serviço Federal de Processamento de Dados), enquanto o TRE (Tribunal Regional Eleitoral) contratou os serviços da Proconsult & Racimec Associados para fazer sua apuração que naquele ano pela primeira vez seria informatizado.



Os números divulgados até então desfavoreciam o candidato do PDT, Leonel Brizola (1922 - 2004), isso se deve o fato de o Jornal do Brasil apontar como certa a vitória de Leonel Brizola, o que não acontecia na divulgação de dados obtidos pelo jornal O Globo. A diferença ocorria pelo fato do JB utilizar os números divulgados pela Radio JB que eram apurados pela Sepro, que contabilizavam apenas os votos para governador, prefeito e senadores, o que facilitava o processamento e a apuração destes dados, enquanto o esquema formado pelo jornal  O Globo repassava para TV Globo os números dos votos majoritários e dos pleitos proporcionais (deputados federais, deputados estaduais e vereadores), esses dados computados pela Proconsult, o que demandava tempo na apuração dos resultados.





Soma-se a isso o esquema montado pelo jornal da família Marinho que visava às necessidades industriais, ou seja, a redação do jornal fechava à noite e com isso os dados não eram atualizados, diferente do que acontecia na redação do Jornal do Brasil, por isso os números que a Rede Globo divulgava no dia seguinte eram defasados.







De nada adiantou o jornal O Globo tentar reverter à situação, Leonel Brizola realizou uma entrevista com a imprensa internacional criticando a lentidão dos resultados oficiais e à cobertura jornalística das Organizações Globo, no que ele disse haver uma “divulgação de dados contraditórios, gerando um ambiente confuso e um clima favorável de fraude eleitoral.”

Mesmo assim a confusão se seguiu nos dias seguintes: os boletins da Proconsult apresentavam erros nos números computados de votos dos candidatos, uma acusação de que o vice – presidente da Proconsult, Arcádio Vieira, estava impondo que o Jornal do Brasil e a rádio JB, adulterassem os resultados que vinham divulgando foi amplamente divulgada na imprensa e por fim a suspensão da divulgação dos boletins sobre as eleições no Rio de Janeiro, uma vez que o TRE abriu um inquérito na Policia Federal para uma auditoria fiscal na empresa que comprovou que a totalização dos votos era feita de forma desorganizada. 






O resultado final provou o que era estava confirmado nas ruas durante a campanha eleitoral: vitória de Leonel Brizola com 1.709.264 votos conta 1.530.728 votos do concorrente Moreira Franco, que ficou com o segundo lugar.












Pode - se dizer que este fato aparentemente isolado definiu os rumos da transmissão do desfiles do carnaval carioca dois anos depois, mas antes tenho que situar o leitor de como eram esses desfiles antes da construção do Sambódromo.

Os desfiles das Escolas de Samba do Rio de Janeiro ocorriam em locais diferentes antes da existência da Passarela do Samba. Até 1962 era localizado na Avenida Rio Branco, posteriormente foi transferido para Avenida Presidente Vargas onde permaneceu até os desfiles de 1972. No ano seguinte um novo local,  a Avenida Antônio Carlos no sentido Praça XV – Avenida Beira Mar. A partir de 1976 montaram as arquibancadas sobre o Mangue, na Avenida Presidente Vargas e em 1978 enfim na Rua Marquês de Sapucaí, onde permaneceria até o inicio da construção do Sambódromo.

Desfile da Acadêmicos Salgueiro com o enredo sobre "Xica da SIlva", na Avenida Presidente Vargas em 1963



Desfile da Acadêmicos do Salgueiro na Avenida Antônio Carlos, sentido Praça XV em 1975.



A montagem das arquibancadas era iniciada durante os meses de setembro e outubro na Rua Marques de Sapucaí, sendo desmontados somente em abril do ano seguinte. Com isso os cofres públicos gastavam milhões de cruzeiros nesse monte e desmonte.

Para reduzir esses custos, o então prefeito da cidade do Rio de Janeiro, Israel Klabin, confirmou a existência de um projeto para a criação de um espaço permanente para os desfiles das escolas de samba, com a intenção de promover o turismo da cidade. (Jornal do Brasil, 6/2/1980).

O então prefeito do Rio de Janeiro Israel Klabin durante sua posse em 1979.



O projeto só saiu do papel após a posse de Brizola como Governador. Depois de receber sugestões para a construção de arquibancadas permanentes para os desfiles, ele juntamente com seu vice, o antropólogo Darcy Ribeiro (1922 - 1997) e o arquiteto Oscar Niemeyer (1907 - 2012), apresentou o projeto definitivo do que viria a ser o Sambódromo. No entanto a obra sofreu com a hostilidade dos moradores dos arredores da Rua Marques de Sapucaí, que temiam ser desapropriados para a construção do novo espaço reservado aos desfiles.

“A solução é econômica, levando – se em conta que é definitiva. Armar as arquibancadas como se vem fazendo é um ônus muito grande, porque arma – se e desarma – se e não se fica com nada”. (Jornal do Brasil, 11/9/1983).





Operários na montagem das arquibancadas para o desfile das escolas de samba na Avenida Presidente Vargas em 1973.








“A ideia do projeto é criar, fora do carnaval, espaços úteis para os outros meses do ano. Os espaços existentes do piso intermediário dos blocos de arquibancadas serão utilizados para o funcionamento de 200 salas de aula”. (Oscar Niemeyer, Jornal do Brasil, 11/9/1983).




Em 15 de outubro de 1983, as obras tiveram o seu inicio. A empreitada durou 120 dias de trabalho. Muitos duvidaram que essa construção fosse feito em um prazo tão curto, até porque não existia noticias, até aquele período, na história da engenharia mundial um feito desta magnitude. Ficou definido também que após os dias de folia, o Sambódromo dará espaço para 160 salas de aulas, distribuídos entres os setores, além de conjuntos pedagógicos, banheiros internos e externos e que também abrigaria o Museu do Carnaval. Já o arco de concreto no final da Praça da Apoteose, que possui 25 metros de altura e 50 metros de largura, onde suas linhas ousadas lembram muito o M, que no extremo tem 25 centímetros de espessura.







Porém a imprensa novamente atacou a obra, o que criou novamente um atrito entre Brizola e as Organizações Globo, assim com outros veículos de comunicação.

As matérias jornalísticas mostravam somente o lado negativo da construção da Passarela do Samba, que as arquibancadas poderiam não suportar o peso do público durante os desfiles e que poderiam desabar,  que o arco da Praça da Apoteose iria cair ou que o Sambódromo não chegaria ficar a tempo para o desfile de 1984, além de falhas técnicas no sistema de som e que comprometeria a audição. 




Porém a gota d’água foi uma charge publicada na primeira página do O Globo em março de 84 comparando Brizola a Odorico Paraguaçu, personagem de Paulo Gracindo na novela "O Bem Amado", que tinha como projeto politico a construção de um cemitério, enquanto Brizola tinha como projeto o Sambódromo.

Esta charge, que é creditada ao O Globo não se encontra em seu Acervo Digital, o que aumenta ainda mais o mistério em torno desta imagem simbólica e que definiu os rumos do carnaval daquele ano.




Porém a grande novidade ficaria por conta dos desfiles. Como nenhuma das 14 escolas de samba não haviam sido rebaixadas para o grupo B no carnaval de 1983, o Governo do Estado decidiu que as escolas iriam desfilar em dois dias, o que evitaria o exagero de tempo (os desfiles aconteciam no domingo e entrava madrugada dentro com a apresentação de todas as escolas de samba) e que não viria cansar os espectadores e principalmente os jurados.

A principio as agremiações rejeitaram a ideia, o Secretário de Turismo e Esportes comentou sobre a preocupação delas:

“Há o problema do jurado: como fazer? Caso seja em um dia, as ultimas escolas talvez sejam prejudicadas, já que o júri estará cansado, com sono, pois é exaustivo. Em dois dias de desfile, se houver sol no domingo e chuva na segunda – feira – as escolas do segundo dia se sentirão prejudicadas. Os jurados deveriam ser os mesmos, nos dois dias, para não haver mudança de critério. Será que vão aceitar?” (Jornal do Brasil, 20/11/1983).




A obra foi concluída dentro do previsto, os desfiles aconteceriam nos dias 4 e 5 de março de 1984 e é neste cenário que surge a novata Rede Manchete e sua aproximação com o Governo Brizola, que num golpe de mestre tirou a transmissão dos desfiles da TV Globo.







Durante 15 anos a Globo sempre foi uma das emissoras a transmitir os desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro, uma tradição que marcou época, mas naquele ano de 84, após os atritos mencionados acima, houve uma aproximação de Adolpho Bloch (1908 - 1995), proprietário da TV Manchete, que  afim de mostrar apoio ao governador Brizola, publicava na revista Manchete matérias especiais exaltando tanto a construção do Sambódromo, como o Governador Leonel Brizola e o arquiteto Oscar Niemeyer. Essa aproximação fez com que a emissora da Família Marinho deixasse de transmitir pela primeira e única vez, até então, os desfiles, justamente num dos momentos mais importantes da história do carnaval carioca.











José Bonifácio de Oliveira Sobrinho em sua biografia "O Livro do Boni" (Editora LeYa, 2011), relata  como se deu a exclusividade da transmissão pra Rede Manchete:




“Em 1983, o governador Leonel Brizola decidiu pela construção do Sambódromo. O sociólogo e apaixonado pela educação Darcy Ribeiro era um homem extrovertido, preparado, mas confuso. Ele inventou duas coisas malucas no carnaval: uma foi a Praça da Apoteose e a outra invenção foi o Super Campeonato, que só existiu uma vez porque não fazia nenhum sentido. Nas reuniões preliminares, fui contra essas propostas e começou a se criar um ambiente delicado de entendimento entre o Darcy, representado pelo Carlos Imperial, e a Globo.”

O que Boni não esperava era que o governo, no caso Leonel Brizola, estava com o poder do Sambódromo nas mãos e de quebra estava no comando das negociações dos direitos de transmissão, no qual a Globo havia conversado anteriormente com a Associação das Escolas de Samba. Segue o relato de Boni:

“A coisa foi engrossando e, pressionado, combinei com Moysés Weltman, da Manchete que ele compraria o carnaval sozinho e depois repassaria a minha parte. Esse compromisso foi assumido pedra e cal, depois dele ter consultado o Adolfo Bloch. Uma vez assinado o contrato, Weltman não me atendia mais e o Bloch não respondia nenhum telefonema do Dr. Roberto Marinho. Ficamos fora do carnaval.”




Ainda neste depoimento Boni cita o golpe que levou do governo em relação à concessão das transmissões:

“O Brizola, de forma demagógica, tentou inventar que a Globo quis boicotar o Sambódromo. Uma infantilidade. Não iriamos perder o evento por causa disso. Quanto à Manchete, foi para ela uma “vitória de Pirro”. Nós, que éramos aliados deles, passamos a considera – los inimigos.”. 





Outra versão desta história, a qual cresci ouvindo isso muitos anos antes da popularização das redes sociais, internet e encontrando somente em matérias de jornal da época conta que a Globo, descontente com essa mudança para dois dias de desfiles, não queria abrir mão de sua grade de programação, e uma vez que compromissos com anunciantes estavam firmados, poderiam comprometer a audiência dos seus programas, principalmente o seu principal telejornal (Jornal Nacional) e a novela das oito (Champagne).





Com isso a Manchete adquiriu os direitos exclusivos e formou uma grande equipe para cobertura que foi anunciada nas páginas da Manchete: “Rede Manchete, 84 horas no ar. A maior equipe jornalística já reunida para uma cobertura de TV no Brasil.”.

Paulo Stein que foi o locutor oficial do carnaval da Manchete durante vários anos, em entrevista na  live promovida pelo canal Boi com Abóbora no Youtube, sob comando do pesquisador e jornalista Fábio Fabato e João Gustavo Melo, jornalista e escritor, comentou como foi a
 transmissão da emissora naquele carnaval.

Fábio Fabato, João Gustavo Melo e o locutor Paulo Stein na live de carnaval do canal Boi com Abóbora.


”O Brizola com a discordância politica que tinha com a TV Globo, ligou para o Sr. Adolpho Bloch (fundador da Rede Manchete), que era uma emissora nova, fundada em junho de 1983 perguntou se ele topava fazer os desfiles, no que ele prontamente concordou. Foi construído um barracão de madeira onde ficava o recuo do Candonga. Esse barracão tinha dois andares, onde eu ficava no andar de cima e os convidados. A Manchete entrou para transmitir o carnaval de sábado, os 14 desfiles do Grupo B, que se iniciou na tarde de sábado e terminou na tarde de domingo e eu não tive tempo para descansar, pois teria que estar de volta as cinco para apresentar os desfiles do Grupo Especial.”

Ao ser perguntado pelo Fábio Fabato, se ele percebeu a dimensão do acontecimento que foi a Manchete transmitir os desfiles, rompendo uma tradição de 15 anos da Rede Globo, ele respondeu:

Frame da vinheta do Carnaval da Manchete em 1984.




“Não houve nenhum comentário prévio a esse respeito. O que se viu foi uma oportunidade, a Globo tinha uma tradição, de pegar um espetáculo sensacional que é o desfile de carnaval. A dedicação lá dentro foi de fazer tudo que era possível para fazer um bom trabalho. O departamento comercial saiu vendendo aquele relógio (Mondaine) e patrocínios, o que possibilitou o pagamento dos custos. A área de jornalismo, os repórteres se mobilizaram para fazer, cada um dentro do seu setor, com as suas orientações.”

O que se viu naqueles dois dias foi uma briga pela audiência jamais vista naquele até aquele momento. O Jornal do Brasil de 4 de março de 84 comentava a respeito da programação das duas emissoras daquele final de semana:

“A briga pela audiência está no ar. Nestes dias de carnaval, a TV Globo e a TV Manchete se enfrentam numa dura queda de braço. A TV Manchete dedica 84 horas de sua programação aos festejos de Momo, transmitindo, sozinha, o desfile das escolas de samba. A TV Globo reforçou sua programação normal com um primoroso rol de filmes e, do carnaval, prefere mostrar o que considera melhor.”




Para deixar bem claro as suas intenções, a Globo lançou um curioso slogan, e escalou para enfrentar os desfiles da concorrente vários filmes com os grandes astros de Hollywood: “Rede Globo, programação normal, o melhor do carnaval”, a Manchete não perdeu tempo e  para mostrar seu poder de fogo, uma vez que era a única emissora que detinha os direitos de transmissão daquele ano, contra atacou o inimigo com a seguinte chamada: “Carnaval 84, Rede Manchete: 84 horas no ar.”.







O resultado desta briga foi divulgado pelo Ibope apenas na quinta (6) e o Jornal do Brasil do dia 7 de março, dedicou uma página comentando a triunfante vitória da Manchete sobre a concorrência, principalmente a  Rede Globo.




“O Ibope já tinha divulgado a derrota da programação normal da TV Globo contra o carnaval da Manchete até às 22 horas de domingo e não há meio termo: a TV Manchete, pela primeira vez em seus nove meses de existência, massacrou a concorrência.”

Das 22 horas de domingo, a Globo apresentou os gols do Fantástico e o filme Bonnie e Clyde com uma média de apenas 8 pontos, a Manchete, com desfile do Império da Tijuca e da Caprichosos de Pilares, que fez um enredo homenageando Chico Anísio, contratado da Globo marcou impressionantes 69 pontos.





Na segunda durante a exibição do compacto dos desfiles da noite anterior, a Manchete fez 30 pontos contra 14 da Globo que exibia o filme Hatari na Sessão da Tarde. Houve certo “respiro”, o único programa que venceu a Manchete naquele dia foi uma novela esquecida pelo público: “Voltei pra Você”, escrita por Benedito Ruy Barbosa conseguiu 34 pontos, contra 29 da Manchete. 






Depois só ladeira abaixo: “Transas e Caretas” a atração das sete perdeu feio (29 contra 40 da Manchete). A média da emissora de Adolpho Bloch durante a exibição do Jornal Nacional, a novela das oito “Champagne” e a reprise do especial do Roberto Carlos foi acachapante: 46 pros desfiles contra 28 da Globo. Daí em diante a Manchete reinou absoluta no horário: 56 contra 15. 




Na terça de manhã enquanto a Mangueira se preparava para desfilar, o desfile campeão daquela segunda de carnaval com o enredo sobre o Braguinha, o Ibope registrou assustadores 61 pontos, contra 2 da Globo que exibia o infantil “Balão Mágico”. Tudo voltou ao normal para campeã de audiência só na quarta – feira de cinzas, isso até a Apuração dos desfiles do Grupo Especial, que era de exclusividade da Manchete, diretamente do Maracanzinho. Foram nada mais que quatro dias de terror para Globo.



Em entrevista para a coluna da TV do mesmo JB do dia 7, Maurício Sherman (1931 - 2019), comentou como eles venceram a Globo, no caso “Hollywood brasileira”:





“O samba derrotou Hollywood. A TV Manchete cometeu pecados veniais. Coisas de uma equipe que tem apenas 70% de novatos. Nenhuma cobertura de carnaval é perfeita. É impossível imaginarmos uma transmissão acadêmica, sem imprevistos, só uma parada militar.” 

E ele concluiu: 

“Acho que mais uma vez a critica caminhou para um lado e o público ficou conosco. Tiramos boas lições dessa experiência. É provável que só cheguemos à perfeição dentro de dois anos. A meta é essa, nada menos que a perfeição.”

Após esse episódio, a Globo jamais deixou de exibir os desfiles de carnaval. No ano seguinte a emissora juntamente com a Manchete fariam um acordo em dividiriam a transmissão. Foi uma dura lição para a hegemonia da Globo, o que não é novidade, mas o que aconteceu nesse ano considerado por muitos críticos histórico foi uma conjunção de fatores que quase ninguém se recorda, mas que teve seu deslanchar numa briga política.



A Globo numa tentativa de mostrar as cartas dentro do jogo politico, não esperava uma cartada de mestre vinda de Leonel Brizola. Tanto que essa briga, iniciada em 1982 durou uma década, e entre troca de farpas de ambos os lados até o final de seu mandato em 1987. Porém Brizola foi eleito governador do Rio de Janeiro novamente em 1991 e uma nova guerra foi declarada entre ele e a TV Globo, que  chegou ao seu ápice no fatídico dia  15 de março de 1994, quando o apresentador Cid Moreira fez a leitura de um Direito de Resposta de Brizola no Jornal Nacional. Mas isso é  uma outra história...




PS: Para constar: Naquele ano, o primeiro onde houve dois dias de desfile para as escolas de samba, a primeira divisão acabou sendo dividida em dois grupos, sendo cada um, um concurso diferente. Mangueira e Portela, duas das escolas mais tradicionais, venceram, um o desfile de domingo, e outra o de segunda-feira. Um novo concurso foi realizado no sábado seguinte ao Carnaval, entre as melhores escolas de cada dia de desfile, além das melhores do grupo de acesso também. Por fim, a Mangueira sagrou-se "supercampeã".


Matéria da edição 810 da Veja de 14 de março de 1984, falando sobre o supercampeonato da Mangueira.




Clique aqui para assistir a live do canal "Boi com Abóbora" com a participação de Paulo Stein, Maria Augusta e Haroldo Costa.





Fontes de pesquisa:

Livros:

Boni, o livro do Boni. Editora LeYa. (2011)

Jornal Nacional: a notícia faz história. Coleção Memória Globo. Editora Zahar. (2004)

Sites:

veja.abril.com.br
acervo.oglobo.globo.com
carnavalizados.com.br
memoria.bn.br
3.bp.blogspot.com
www.observatoriodaimprensa.com.br
gshow.globo.com

Vídeos:

www.youtube.com

Imagens:

Google Imagens
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gshow.globo.com
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Comentários

  1. Perfeito material. Riquíssimo, parabéns pelo seu empenho, querido.

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  2. Parabéns Tião. Matéria EXCELENTE, com fatos e dados com isenção.
    Dez, nota 10!

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