#Mofista6 Uma nova viagem musical pelas canções da quarta coletânea O Melhor Internacional de Novelas. (Som Livre, 1983)
Boa noite mofistas.
Volto a falar da coletânea O Melhor Internacional de Novelas, no caso o quarto disco lançado em 83, um ano após o lançamento do disco de 1981. Esse disco foi supervisionado pelo grande Sérgio Motta. Aliás Sérgio Motta foi nome muito importante dentro da Som Livre principalmente durante a década de 80 pois ele foi o responsável em selecionar as canções que fariam parte das trilhas internacionais das novelas da Rede Globo, cargo este que ele ocupou até meados da década de 90.
Foi graças a ele que tivemos discos marcantes como das novelas Sol de Verão, Champagne, Louco Amor, Corpo a Corpo, O Outro, Vale Tudo, Mandala, Felicidade, O Dono do Mundo, Vamp, entre outros que trouxeram hits que marcaram a vida de muitos telespectadores e garantia sempre uma boa vendagem dessas compilações.
O disco em si, esse em especial teve uma seleção quase parecida com o volume anterior, uma seleção coesa no entanto bem mais romântica que a anterior, lembram que o disco de 81 tinha até algumas faixas dançantes, aqui prevaleceu os temas mais lentos, ou seja um LP para se ouvir dançando coladinho com seu namorado ou namorada.
Só que nem tudo é perfeito e o único escorregão aqui foi a repetição da canção "LOST WHITOUT YOUR LOVE" da banda Bread que havia aparecido no volume de 81, quem quiser saber sobre a história do grupo Bread e da canção, além do clipe musical é só clicar aqui. Outro detalhe é sobre uma pequena discrepância com relação a capa do álbum que na parte dois da postagem irei falar, mas quem for bem detalhista vai de cara matar a charada deste pequeno equivoco.
Bem chega de enrolação e vamos a nossa viagem musical. Como no posto da coletânea anterior, trago algumas informações do artista, do álbum a qual a canção foi escolhida e um vídeo para vocês ouvirem e dizer depois se as musicas são ou não belíssimas. Então coloque o fone de ouvido no máximo e deixe o som te levar.
1 – THREE
TIMES A LADY – THE COMMODORES (Lionel Ritchie) – Dancin’Days (Gilberto Braga,
1978/1979)
A banda de Soul e Funk, The Commodores, foi formada por
Lionel Ritchie (vocais, saxofone e teclados), Milan Williams (teclados), Ronald
La Pread (guitarra baixo), William King Jr. (trompete), Thomas McClary (vocais,
violão) e White Clyde Orange (bateria, vocais e percussão) nos Estados Unidos
em 1968, mas alcançaram o auge da carreira na década seguinte.
O primeiro disco de estúdio da banda, nomeado Machine Gun,
foi lançado em 1974 – logo após os integrantes percorrerem o mundo durante um
ano abrindo os shows dos Jackson 5. O álbum de carreira rendeu ao grupo três
discos de platina e diversos singles nas paradas mundiais. Depois disso, os The
Commodores lançaram três álbuns entre 1975 e 1976. Esses trabalhos apresentaram
o estilo mais “hard funk” da banda, que depois começou a realizar produções com
sonoridades mais suaves.
Lançado em 1978, Natural High lançado pelo selo Motown trouxe
entre outros hits a canção Three Times A Lady, que ocupou o Top 10 na Billboard
Hot 100 dos Estados Unidos em 1978. A canção, segundo o próprio Lionel Ritchie
disse numa entrevista em 2009, foi inspirada numa declaração de amor do seu pai
para sua mãe. A canção foi tema dos personagens Franklin e Carminha (Claudio
Corrêa e Castro e Pepita Rodrigues) na trama de Dancin’Days.
O quarto de oito filhos de um carpinteiro e uma enfermeira,
Kenny Rogers (1938 - 2020) nasceu em Houston, Texas. Na adolescência fez parte de uma banda,
The Scholars que chegou a lançar três singles.
Em 1959 enquanto estava na faculdade tocou baixo no grupo de
jazz Bobby Doyle Three, antes de deixar a banda o grupo gravou um álbum para
Columbia Records. Em 1966 ele ingressa no New Christy Minstrels como cantor e
contrabaixista. Com o fim do grupo em 1967 Rogers com outros integrantes
formaram o The First Edition, renomeado anos mais tarde como Kenny Rogers e The
First Edition. Em 1976 ele partiu pra carreira solo.
Em 1978 ele gravou a canção She Believes In Me para o álbum,
The Gamble. A canção solidificou a carreira de Kenny e acabou se tornando um
dos seus maiores sucessos no final da primavera de 1979, ficando em quinto
lugar no quadro da Billboard Hot 100. A musica título fez parte da polêmica Os
Gigantes como tema dos personagens Paloma e Chico (Dina Sfat e Francisco
Cuoco).
3 –
SUNSHINE ON MY SHOULDERS – JOHN DENVER (Denver – Kniss – Johnson) – O Amor é
Nosso! (Wilson Aguiar Filho, Roberto Freire e Walther Negrão, 1981)
Em 1997 um trágico acidente aéreo com seu bimotor em Monterey Bay na Califórnia
calou a voz de um dos maiores expoentes da musica country americana. Estou
falando de John Denver, nascido em Roswell no Novo México ele começou a tocar
violão aos 12 anos de idade. Enquanto cursava a universidade tocou em clubes
noturnos e ao se mudar para Los Angeles formou o Chad Mitchell Trio, se
lançando na carreira solo em 1969.
Em 1970 lançaria seu LP de estreia, Rhymes and Reasons, os álbuns seguintes: Wosen Garden Was This, Take Me to Tomorrow e Poems,
Prayers & Promises fizeram de John Denver um dos artistas mais populares dos
Estados Unidos. Lançado em abril de 1971 Poems, Prayers & Promises foi o
quarto álbum de John que trouxe entre outros sucessos Take Me Home Country
Roads, considerada por muitos críticos como a canção assinatura de Denver e
Sunshine On My Shoulders que saiu primeiramente no seu álbum de 1971 e ao ser
lançado como single em 1973 alcançou o primeiro lugar da Billboard Hot 100.
Sunshine On My Shoulders fez parte da obscura novela das
sete O Amor é Nosso e foi tema de Pedro e Nina interpretados por Fábio Jr e
Myriam Rios.
4 – ROCK AND
ROLL LULLABY – B.J THOMAS (Cynthia Weill – Barry Mann) – Selva de Pedra (Janete
Clair, 1972/1973)
O tema romântico mais marcante das telenovelas brasileiras,
Rock In Roll Lullaby embalou vários casais de namorados e com certeza em muitos
momentos especiais como namoros, noivados e casamentos de nossos pais e avós. A
letra que conta a curiosa história de uma jovem de dezesseis anos obrigada a
criar sozinha o filho recém - nascido cantando uma cantiga de ninar para o ele,
o cha-na-na-na do refrão é o que explica o nome da música, arrebatou o público
que mesmo sem compreender a tradução da letra se apaixonou pela canção que foi
tema do casal principal dessa novela recordista de audiência de Janete Clair.
Seu interprete, Billy Joe Thomas, popularmente chamado de B.J Thomas (1942 - 2021), nasceu em Houston no Texas e iniciou sua carreira musical no grupo The Triumphs. Em 1968 partiu para
carreira solo com bastante sucesso, mas foi interpretando a canção do filme
Butch Cassidy and Sundance Kid, composta por Butch Bacharach e Hal David, que
ganhou o Oscar de Melhor Canção Original, que ele atingiu o primeiro lugar da
parada da Billboard Hot 100 em janeiro de 1970.
Rock And Roll Lullaby fez parte do álbum intitulado Billy
Joe Thomas e apesar da pouca repercussão nos Estados Unidos, ela fez um enorme
sucesso no Brasil como tema de Simone e Cristiano (Regina Duarte e Francisco
Cuoco) na primeira versão de Selva de Pedra. A música foi realmente tão
importantes que no remake da trama em 1986 ela ganhou um arranjo instrumental
com teclados eletrônicos que ilustrou a abertura e consequentemente esteve
novamente na sua trilha internacional.
5 – C’EST
LA VIE – EMERSON, LAKE AND PALMER – (Greg Lake – Peter Sinfield) – Espelho Magico
(Lauro César Muniz, 1977)
A história do trio Emerson, Lake and Palmer tem início na década de 60
quando Keith Emerson (1944 – 2006) então tecladista do The Nice, percebeu as
imensas possibilidades de um Power trio baseado somente em teclados. Com isso
em mente convocou Greg Lake (1947 – 2016) que era baixista e tecladista, além
de fundador do King Crimson e Carl Palmer que era bateirista e percussionista
da banda Atomic Rooster e lançaram em 1970 a ELP considerado por críticos como
o “Maior Trio Sinfonico da história do rock” devido as suas apresentações
apoteóticas com uma mistura de virtuosidade musical e desempenhos teatrais
Emerson molestando um órgão Hammond no palco, usando um enorme sintetizador
Moog completo, o uso de um piano giratório e pratos em chamas.
Entre 1970 a 1974 o ELP lança vários discos de sucesso como “Tarkus”,
“Trilogy”, “Brian Salad Sugery”, no entanto em busca de uma nova visão musical
o trio parou três anos e acabou perdendo a transição da cena musical na segunda
metade da década de 70 com a expansão dos movimentos disco, punk e new wave. Além
disso, seus integrantes entraram em atritos devido as suas ambições pessoais de
cada um, com isso a solução encontrada foi lançar um álbum solo para cada um nasciam
aí o disco Works em dois volumes, sendo o primeiro o mais emblemático, um disco
duplo com um lado solo para Emerson e suas composições eruditas com
acompanhamento orquestral, Lake cujas canções não permitiam espaço para
contribuições de Emerson e Palmer e um lado para a música de Palmer que era um
meio termo entre os dois e um quarto lado que tinha composição dos três.
O LP foi um fracasso comercial, mas que rendeu uma pequena
preciosidade, C’est La Vie que fez parte da novela Espelho Mágico, outra obra
controversa de Lauro César Muniz que foi tema dos personagens Diogo e Leila
(Tarcísio Meira e Gloria Menezes) na trama.
6 – SAD SONGS
– ALESSI BROTHERS – (Billy Alessi – Bobby Alessi) – Locomotivas (Cassiano Gabus
Mendes, 1977)
Os gêmeos Billy e Bobby Alessi nasceram em julho de 1953 em
West Hempstead, Nova Iorque. Ainda na adolescência formaram a The Country
Gentleman juntos com o colega de escola Don Droege e o baterista Bob Pelicane.
Em 1970, Billy e Bobby estavam no elenco de Hair na Broadway
quando o ex-guitarrista do Blues Magoos, Puppy Castro se juntou ao espetáculo.
Os três formaram a banda Barnaby Bye juntamente com Mike Riciardella na bateria
e assinaram com a gravadora Atlantic Records onde lançaram os álbuns “Room to
Grow” em 1972 e “Touch” em 1973.
Depois dos primeiros anos da Barnaby Bye, os irmãos
continuaram compondo, gravando e tocando como dueto Alessi. Em 1976 eles gravam
seu primeiro álbum e a canção “Oh Lori” se tornou um hit em mais de dezessete
países. Foi deste disco que a canção Sad Songs foi incluída na trilha de
Locomotivas como tema da personagem Patrícia (Elizângela).
Formada no verão de São Francisco em 1965, a banda Jefferson
Airplaine foi uma banda de rock psicodélico, várias encarnações do grupo
original continuaram a tocar sob nomes diferentes, um reflexo do passar dos
anos e da formação da banda.
A primeira formação da banda Jefferson Airplaine que foi de
1965 até 1972 teve como integrante Jack Casady, um dos fundadores da banda,
Grace Silick, Marty Balin, Jorma Kaukonen, Paul Kantner e Spencer Dryden
apostava num som mais elétrico e psicodélico com letras de protesto ao governo
Nixon e uma obsessão sobre o tema ficção científica que Paul Kantner iria
explorar pelo resto da década. Em 1974 a banda foi reformulada e passou a se
chamar Jefferson Starship. Essa formação se mostrou a mais bem sucedida da
banda comercialmente, apesar de alguns fãs estarem um tanto infelizes com os
novos rumos que a banda resolveu tomar.
Em 1978 o disco Earth atingiu o quinto lugar nas paradas da
Billboard graças à canção Count On Me que catapultou o álbum, vale o registro que
esse foi o ultimo disco da banda com a formação reformulada de 1974, na década
seguinte haveria uma nova reformulação com novos integrantes e um novo nome,
Starship apenas.
Count On Me foi escolhida para fazer parte da trilha da
também obscura novela O Pulo do Gato, penúltima novela do horário das dez da
década de 70 na Rede Globo.
Bem amigos, a jornada de hoje foi longa, mas em breve o lado B como sempre promete muitas emoções, então se gostou da postagem deixa um comentário. Divulgue o blog e como sempre fique a vontade pois o Mofista é meu, é seu é de todos nós! Abraços e até a próxima!!!
Fontes de Pesquisa:
Sites:
www.discogs.com.br
www.anos80.net
www.antena1.com.br
www.channel24.co.za
www.billboard.com
www.buscagrafias.com
www.teledramaturgia.com.br
www.memoriaglobo.com
porcosdoninhaseelefantes.blogspot.com
Imagens
revistaamigaenovelas.blogspot.com
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Livros:
Bryan,Guilherme;Villari,Vicent. Teletema: A história da música popular através da teledramaturgia brasileira. São Paulo: Dash,2014.
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